O aluno Leandro Luís Coutinho da Silva do 9º ano, teve sua crônica selecionada para a próxima etada da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. O tema deste ano era '' O lugar onde vivo''. Alunos de toda escola enviaram seus textos ao professores, que fizeram uma seleção e enviaram para a Olimpíada. Felizmente, tivemos a honra de ter um de nossos textos selecionado.
Parabéns ao Leandro e aos demais participantes!!!
O SORRISO DO GAROTO
Moro em um município no
interior do estado do Rio Grande do Sul. Como em muitas cidades do interior, as
pessoas se dão bem, ajudam umas as outras e há poucos problemas sociais.
Nas férias, resolvi viajar
com minha tia e meu tio para a capital. Chegando lá, descansamos um pouco, pois
a viagem havia sido muito cansativa. Depois, tomamos um bom café, já era à
tardinha, então resolvemos dar uma volta pela cidade, pois fazia um dia bonito.
Porém, ao dobrarmos a
esquina do prédio, nos deparamos com um garoto, sentado na pequena escadaria,
na porta de um mercadinho que tinha por ali. Vestia roupas sujas e esfarrapadas
e andava descalço. Devia ter por volta de uns oito anos, era um garoto bastante
mirrado.
Passamos pelo menino e ele
nos parou:
- “Tia”, não tem algum
trocado pra eu comprar alguma coisa pra comer aqui no mercado?
Fiquei parado no meio da
rua. Enquanto minha tia procurava algumas notas pequenas na carteira para dar
ao garoto, ele arregalou os olhos, na expectativa para ganhar apenas alguns
trocados. Lembrei-me de tantas outras crianças no Brasil que vivem em extrema
pobreza, muitas vezes sem terem o que comer.
Naquele momento, senti uma
aflição enorme por não saber o que fazer por todas essas crianças que, muitas
vezes, perdem a infância trabalhando ou pedindo esmolas. Na rotina corrida do
dia a dia, as pessoas passam por elas e nem as percebem. Infelizmente, é a dura
realidade do país onde vivemos.
Minha tia finalmente
entregou o dinheiro ao garoto. Ele agradeceu. Seguimos andando. Porém, o menino
permaneceu do lado de fora do mercado. Olhei para trás e o garoto deu um sorriso,
que eu retribuí. Fiquei surpreso como alguém tão pobre, vivendo em condições
tão precárias, jamais tirava o sorriso do rosto. Talvez, ele ainda possuía
esperanças de um futuro melhor para ele e sua família, com condições de vida
mais dignas. Pudera todas as crianças do mundo terem a mesma esperança.
Ao dobrarmos a esquina,
olhei meio de canto de olho. O garoto continuava me olhando. Ele verificou para
se certificar de que nós já havíamos ido embora. Foi aí que tive uma grande
surpresa: o menino, ao invés de entrar no mercado, correu para o outro lado.
Não podíamos fazer nada, pois estávamos já muito longe do garoto.
Ao fim da viagem, já de
volta à casa, ao meu amado interior, foi fácil esquecer daquele garoto, pois
não vemos estas situações por aqui. No entanto, aquela imagem, nunca mais saiu
da minha cabeça.
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